O vinho é
escarnecedor, e a bebida forte, alvoroçadora; todo aquele que por eles é vencido não é sábio. Provérbios
20:1
Um velho cambaleava por uma
rua de São Francisco, levando uma garrafa de vinho
barato no bolso.
– Oi, Al! – Um homem com barba crescida, caído na frente
de uma loja, acenou com sua garrafa.
– Dia bonito – disse Alfred, enquanto passava trocando
as pernas.
– Para onde você está indo, colega? – perguntou o homem
da calçada. – Venha tomar um trago comigo.
– Estou indo para casa – disse Alfred. – A gente se vê
depois.
O homem da calçada nunca mais viu Alfred. Alguém o
encontrou em seu barraco, atrás da zona portuária, com uma garrafa vazia de
vinho barato ao seu lado. A polícia perguntou se alguém conhecia os familiares
de Alfred.
– Não sei nada a respeito dele – disse o amigo da
calçada. – Nem mesmo seu sobrenome. Nunca vi seus parentes. Às vezes, eu lhe
emprestava dinheiro para um traguinho, e ele sempre me reembolsava. Sempre conversava comigo.
Vou sentir falta do velho Al. De que ele morreu?
– Cirrose hepática – disse o policial. – Bebeu até
morrer, ao que parece.
– Pobre companheiro – disse o outro bêbado, enxugando
uma lágrima no rosto. – Vou sentir falta do Al.
– Seu nome era Alfred L. Beatie – continuou o policial. – Anos atrás, era tenente da
Força Aérea, graduado pela escola de aeronáutica do Texas, onde foi um dos mais
promissores pilotos da nação.
– Não me diga! – disse o pobre homem, chocado. – Ele
nunca falou nada sobre aviação. Foi por isso que ficou aleijado?
– Sim. Sofreu um acidente logo depois da formatura, e
ninguém mais teve notícias dele. Parece que veio para cá afogar as mágoas no
álcool.
O homem na calçada pegou sua garrafa.
– É, isto faz a gente se sentir melhor. Coitado do Al.
Vou sentir saudade dele.
Escolhendo Amigos
O álcool, como companheiro, é uma triste escolha.
Aqueles que são sábios deixam-no de lado.
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