Amir, 55 anos, é um
comerciante que vive na Síria. “A vida aqui é muitas vezes bem difícil”,
lamenta. Durante uma entrevista ao ‘Washington Post’, ele conta como morteiros atingiram repetidamente no
bairro al-Qassaa, na capital Damasco.
A maioria de seus moradores é cristã. Pelo menos 32 pessoas morreram e dezenas
de outras ficaram feridas somente nas últimas duas semanas.
A situação de Amir e
de milhares de cristãos como ele, tem se tornado cada vez mais perigosa.
Enquanto a guerra civil continua arrasando o país, multiplicam-se os relatos de
ataques de muçulmanos jihadistas a cidades
predominantemente cristãs. O país está vendo a tentativa de extermínio do
cristianismo ser o alvo principal dos guerrilheiros rebeldes.
Youssef Naame e sua esposa Norma,
um casal cristão de Maaloula, contam como tiveram
de fugir de sua cidade após a chegada de extremistas islâmicos no início do mês
passado. “Os jihadistas gritavam:
converta-se ao Islã ou vocês serão crucificados como Jesus”. O casal se
escondeu, junto com outros cristãos, em uma pequena casa ao lado da igreja da
cidade. Ficaram três dias sem comida nem eletricidade.
Agora, Youssef está refugiado no
apartamento de sua filha, em al-Qassaa, mas teme que em breve precisará fugir de novo. Os
cristãos são uma minoria, menos de 10% dos 23 milhões de habitantes da Síria.
O missionário Tom Doyle faz um apelo: “Nós
ouvimos de líderes da região que os jihadistas estavam crucificando os cristãos no norte da Síria.
Sabemos que as pessoas que têm fotos disso. Os pastores estão clamando por
ajuda, frustrados por que nada disso é divulgado pela mídia ocidental”.
As áreas cristãs
passaram a ser recentemente o maior foco da luta armada. Há uma semana, os
rebeldes do grupo Jabhat al-Nusra atacaram a cidade
cristã de Sadad, ao norte de
Damasco. Após violentos combates, foram expulsos dias depois por forças do
governo. De maneira similar, milhares de pessoas fugiram da antiga cidade de Maaloula, também de maioria
cristã.
Ali, um número grande
de não muçulmanos foram decapitados e tiveram suas casas e igrejas incendiadas
ou destruídas.
Os cristãos de
Damasco estão convencidos de que os extremistas estão deliberadamente alvejando
seus bairros para enfraquecer os aliados do presidente sem atingir outros
muçulmanos. Como é comum em vários países do Oriente Médio, muçulmanos e
cristãos vivem em áreas diferentes, por isso para os rebeldes é fácil
identificar os alvos preferencias.
“Todos os domingos,
eles lançam mais de 15 morteiros ao longo do dia”, disse Amir. “Eles estão
bombardeando as áreas especificamente cristãs.” Os líderes da Igreja da Síria
temem que a queda de Assad transformará o país em um Estado islâmico, o que
significaria o fim da existência milenar de cristãos em solo sírio.
Quase todos os 50 mil
cristãos da cidade de Homs tiveram de fugir.
Outros 200.000 foram expulsos da cidade de Aleppo. Em todas as cidades que
invadem, os rebeldes exigem que os cristãos se convertam, caso contrário
morrerão. Mais de um terço dos cristãos da Síria estão refugiados ou mortos.
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Fonte: Washington
Post, MN
Online e Gospel
Prime
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