94⁰ Dia – João 6


Algum tempo depois Jesus partiu para a outra margem do mar da Galileia (ou seja, do mar de Tiberíades),
e grande multidão continuava a segui-lo, porque vira os sinais miraculosos que ele tinha realizado nos doentes.
Então Jesus subiu ao monte e sentou-se com os seus discípulos.
Estava próxima a festa judaica da Páscoa.
Levantando os olhos e vendo uma grande multidão que se aproximava, Jesus disse a Filipe: "Onde compraremos pão para esse povo comer?"
Fez essa pergunta apenas para pô-lo à prova, pois já tinha em mente o que ia fazer.
Filipe lhe respondeu: "Duzentos denários não comprariam pão suficiente para que cada um recebesse um pedaço!"
Outro discípulo, André, irmão de Simão Pedro, tomou a palavra:
"Aqui está um rapaz com cinco pães de cevada e dois peixinhos, mas o que é isto para tanta gente?"
Disse Jesus: "Mandem o povo assentar-se". Havia muita grama naquele lugar, e todos se assentaram. Eram cerca de cinco mil homens.
Então Jesus tomou os pães, deu graças e os repartiu entre os que estavam assentados, tanto quanto queriam; e fez o mesmo com os peixes.
Depois que todos receberam o suficiente para comer, disse aos seus discípulos: "Ajuntem os pedaços que sobraram. Que nada seja desperdiçado".
Então eles os ajuntaram e encheram doze cestos com os pedaços dos cinco pães de cevada deixados por aqueles que tinham comido.
Depois de ver o sinal miraculoso que Jesus tinha realizado, o povo começou a dizer: "Sem dúvida este é o Profeta que devia vir ao mundo".
Sabendo Jesus que pretendiam proclamá-lo rei à força, retirou-se novamente sozinho para o monte.
Ao anoitecer seus discípulos desceram para o mar,
entraram num barco e começaram a travessia para Cafarnaum. Já estava escuro, e Jesus ainda não tinha ido até onde eles estavam.
Soprava um vento forte, e as águas estavam agitadas.
Depois de terem remado cerca de cinco ou seis quilômetros, viram Jesus aproximando-se do barco, andando sobre o mar, e ficaram aterrorizados.
Mas ele lhes disse: "Sou eu! Não tenham medo!"
Então se animaram a recebê-lo no barco, e logo chegaram à praia para a qual se dirigiam.
No dia seguinte, a multidão que tinha ficado no outro lado do mar percebeu que apenas um barco estivera ali, e que Jesus não havia entrado nele com os seus discípulos, mas que eles tinham partido sozinhos.
Então alguns barcos de Tiberíades aproximaram-se do lugar onde o povo tinha comido o pão após o Senhor ter dado graças.
Quando a multidão percebeu que nem Jesus nem os discípulos estavam ali, entrou nos barcos e foi para Cafarnaum em busca de Jesus.
Quando o encontraram do outro lado do mar, perguntaram-lhe: "Mestre, quando chegaste aqui?"
Jesus respondeu: "A verdade é que vocês estão me procurando, não porque viram os sinais miraculosos, mas porque comeram os pães e ficaram satisfeitos.
Não trabalhem pela comida que se estraga, mas pela comida que permanece para a vida eterna, a qual o Filho do homem lhes dará. Deus, o Pai, nele colocou o seu selo de aprovação".
Então lhe perguntaram: "O que precisamos fazer para realizar as obras que Deus requer?"
Jesus respondeu: "A obra de Deus é esta: crer naquele que ele enviou".
Então lhe perguntaram: "Que sinal miraculoso mostrarás para que o vejamos e creiamos em ti? Que farás?
Os nossos antepassados comeram o maná no deserto; como está escrito: ‘Ele lhes deu a comer pão do céu’".
Declarou-lhes Jesus: "Digo-lhes a verdade: Não foi Moisés quem lhes deu pão do céu, mas é meu Pai quem lhes dá o verdadeiro pão do céu.
Pois o pão de Deus é aquele que desceu do céu e dá vida ao mundo".
Disseram eles: "Senhor, dá-nos sempre desse pão!"
Então Jesus declarou: "Eu sou o pão da vida. Aquele que vem a mim nunca terá fome; aquele que crê em mim nunca terá sede.
Mas, como eu lhes disse, vocês me viram, mas ainda não crêem.
Todo o que o Pai me der virá a mim, e quem vier a mim eu jamais rejeitarei.
Pois desci do céu, não para fazer a minha vontade, mas para fazer a vontade daquele que me enviou.
E esta é a vontade daquele que me enviou: que eu não perca nenhum dos que ele me deu, mas os ressuscite no último dia.
Porque a vontade de meu Pai é que todo o que olhar para o Filho e nele crer tenha a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia".
Com isso os judeus começaram a criticar Jesus, porque dissera: "Eu sou o pão que desceu do céu".
E diziam: "Este não é Jesus, o filho de José? Não conhecemos seu pai e sua mãe? Como ele pode dizer: ‘Desci do céu’?"
Respondeu Jesus: "Parem de fazer-me críticas.
Ninguém pode vir a mim, se o Pai, que me enviou, não o atrair; e eu o ressuscitarei no último dia.
Está escrito nos Profetas: ‘Todos serão ensinados por Deus’. Todos os que ouvem o Pai e dele aprendem vêm a mim.
Ninguém viu o Pai, a não ser aquele que vem de Deus; somente ele viu ao Pai.
Asseguro-lhes que aquele que crê tem a vida eterna.
Eu sou o pão da vida.
Os seus antepassados comeram o maná no deserto, mas morreram.
Todavia, aqui está o pão que desce do céu, para que não morra quem dele comer.
Eu sou o pão vivo que desceu do céu. Se alguém comer deste pão, viverá para sempre. Este pão é a minha carne, que eu darei pela vida do mundo".
Então os judeus começaram a discutir exaltadamente entre si: "Como pode este homem nos oferecer a sua carne para comermos?"
Jesus lhes disse: "Eu lhes digo a verdade: Se vocês não comerem a carne do Filho do homem e não beberem o seu sangue, não terão vida em si mesmos.
Todo o que come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia.
Pois a minha carne é verdadeira comida e o meu sangue é verdadeira bebida.
Todo o que come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele.
Da mesma forma como o Pai que vive me enviou e eu vivo por causa do Pai, assim aquele que se alimenta de mim viverá por minha causa.
Este é o pão que desceu do céu. Os antepassados de vocês comeram o maná e morreram, mas aquele que se alimenta deste pão viverá para sempre".
Ele disse isso quando ensinava na sinagoga de Cafarnaum.
Ao ouvirem isso, muitos dos seus discípulos disseram: "Dura é essa palavra. Quem consegue ouvi-la?"
Sabendo em seu íntimo que os seus discípulos estavam se queixando do que ouviram, Jesus lhes disse: "Isso os escandaliza?
Que acontecerá se vocês virem o Filho do homem subir para onde estava antes!
O Espírito dá vida; a carne não produz nada que se aproveite. As palavras que eu lhes disse são espírito e vida.
Contudo, há alguns de vocês que não creem". Pois Jesus sabia desde o princípio quais deles não criam e quem o iria trair.
E prosseguiu: "É por isso que eu lhes disse que ninguém pode vir a mim, a não ser que isto lhe seja dado pelo Pai".
Daquela hora em diante, muitos dos seus discípulos voltaram atrás e deixaram de segui-lo.
Jesus perguntou aos Doze: "Vocês também não querem ir?"
Simão Pedro lhe respondeu: "Senhor, para quem iremos? Tu tens as palavras de vida eterna.
Nós cremos e sabemos que és o Santo de Deus".
Então Jesus respondeu: "Não fui eu que os escolhi, os Doze? Todavia, um de vocês é um diabo!"
(Ele se referia a Judas, filho de Simão Iscariotes, que, embora fosse um dos Doze, mais tarde haveria de traí-lo.) 
João 6.

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