O parque estava quase deserto quando me sentei num banco
embaixo dos ramos de um velho carvalho, desiludido da vida, com boas razões
para chorar, pois parecia que o mundo estava conspirando contra mim.
Eu queria ficar só,
mas, um garoto ofegante se chegou, cansado de brincar, parou na minha frente,
cabeça pendente, e, cheio de orgulho, disse-me:
- Veja o que
encontrei, e estendeu em minha direção uma flor horrorosamente decaída,
macetada, nas últimas.
Querendo me ver livre
do garoto o quanto antes, fingi um pálido sorriso e tentei iniciar a leitura de
um livro de auto-ajuda, mas, ao invés de ir embora, ele se sentou ao meu lado,
levou a flor ao nariz e disse:
- O seu cheiro é
ótimo. Fique com ela!