O Senhor me livra de
todo perigo; não ficarei com medo. Salmo 27:1
Cheguei ao limite: físico, mental e emocional. O corpo
não subia mais. A altura absurda tonteava o equilíbrio e a solidão disparava o
coração. Para piorar, a lembrança da minha assinatura num livro lá embaixo,
assumindo a responsabilidade de qualquer incidente que ocorresse no trajeto,
inclusive custando minha vida, vinha à minha mente. Fiquei louco? Não, mas
encarei algo alucinante.
Se você ouviu falar em Machu Picchu, a "cidade perdida" esculpida no topo
da Cordilheira dos Andes peruanos, sabe que lugar é esse que acabei de
descrever. Logo à frente das inestimáveis ruínas herdadas da civilização inca
nos anos 1400, um pico esverdeado, ainda mais alto, desponta desafiando os
"sem juízo".
É o Huayna Picchu, que no idioma inca, o quíchua, significa
"montanha jovem". Subir lá foi a coisa mais incrível que fiz em minha
vida. Seu cume fica a 2.720 metros de altura e, partindo da "montanha
velha" (Machu Picchu), você sobe
mais 360 metros – uns 130 andares. Mas, além de não ter um elevador de 600 anos
atrás, as escadarias são sinistras demais. Você sobe degraus cada vez mais
estreitos até, de repente, caminhar por uma estrada apertada de rocha úmida com
um despenhadeiro de 350 andares ao lado. O topo é tão íngreme a ponto de você
precisar subir de lado e, literalmente, "deitado de pé", feito lagartixahumana tentando não
escorregar pirambeira abaixo. (Só de lembrar, voltei a suar frio teclando
isso!)
Lá de cima, obviamente, o espetáculo foi indescritível.
Mas a sensação de completa vulnerabilidade, aliada a uma altura aterradora,
misturou fascínio e medo. Eu me senti como uma formiga agarrada na ponta da
orelha direita de uma girafa pré-diluviana. Orei para Deus tornar aquela
aventura um vislumbre único de adoração a Ele. Com a natureza regendo os vales
infinitos de montanhas ameaçadoras, só pensei duas coisas: como o Criador é
grande. E como somos frágeis para superar nossos próprios desafios! Desci com
uma aventura para contar e a trilha assustadora a me lembrar do quanto é fácil
se perder neste mundo. Se cair apavora, por que pecar ilude tanto? Então,
decidi convidar Jesus para fazer comigo todas as trilhas dos meus dias, e sei
que o topo do Céu está ficando cada vez mais próximo.
E você, topa fazer o mesmo? Então assine corajosamente o
livro e suba.
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