O Segredo de Bianca

A adolescente Bianca Rothschild tinha toda razão para ser amarga. Em 1939, justamente antes de seu décimo sexto aniversário, a guerra estourou na Polônia. Seis anos mais tarde, ela era a única sobrevivente de uma família de 43 membros. Todos os demais haviam morrido nos campos de concentração.

Hoje Bianca usa um colete de aço por causa dos espancamentos que sofreu nas mãos dos captores. Um soldado nazista pisoteou-a com suas pesadas botas, quebrando costelas e lhe prejudicando a coluna. Ele ainda lhe fraturou o pulso e mutilou uma perna. A dor havia sido muito grande.

"Ah, Senhor, por favor, deixa-me morrer!", orou Bianca naquela noite. "Que eles joguem uma bomba aqui para me tirar deste sofrimento". Quando, na manhã seguinte, viu que ainda estava viva, começou a pensar seriamente. Entendeu que tinha duas escolhas. Podia passar o resto da vida tendo pena de si mesma, odiando seus inimigos e se tornando revoltada, ou podia escolher o caminho do amor e do perdão, afastando o olhar de si mesma e dirigindo-o para as necessidades dos outros.

Naquele dia, Bianca voltou as costas para a amargura e a ira. Orou: "Querido Deus, ajuda-me a suportar esta prova terrível. Prometo entregar-me a um serviço de amor verdadeiro para ser uma bênção aos outros".

Depois da guerra, ela foi para os Estados Unidos como imigrante e acabou morando num condomínio em San Diego. Ali descobriu um modo muito especial de amar. A maior parte dos residentes era de idosos que precisavam de um pouquinho de alegria. Quando alguém ia para o hospital, ela enviava um cartão desejando rápidas melhoras. Assinava os cartões como: "A Dama Raio de Sol". Através dos anos, enviou centenas de cartões.

Uma vizinha comentou: "Há algo errado nas costas de Bianca, mas isso parece nunca afetar o seu espírito alegre". Eles não sabiam de sua luta contra a amargura, o ódio e a raiva naquele dia no campo de concentração. Sabiam apenas dos resultados de sua escolha como adolescente – escolha de amar e perdoar.

Todos nós somos tentados a nos tornarmos revoltados por causa de algum tratamento injusto. Nessas ocasiões, podemos escolher entre o ódio e o amor, a amargura e o perdão.

(Dorothy Eaton Watts. In: Inspiração Juvenil 2012: amigo é pra essas coisas. Tatuí: CPB, 2012. Texto digitado por Reginaldo Santos e publicado no grupo Boas Novas).

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