A Luta de Corrie


"Odeio esse homem!" O rosto de Corrie ten Boom tornou-se duro, enquanto observava o ex-guarda do campo de concentração de Ravensbruck caminhando em sua direção, após uma palestra que ela havia feito em Munique. "É o guarda diante do chuveiro. Nunca me esquecerei desse rosto!"

Os joelhos de Corrie se enfraqueceram enquanto ela recordava a cena diante de seus olhos – a pilha de roupas, mulheres nuas tremendo de frio, caminhando diante de guardas zombeteiros, e a vergonha que sentira ao passar na frente daquele guarda em especial. Ela quis correr, mas não teria tempo. Ele já estava diante dela, com a mão estendida. – Muito obrigado por sua mensagem, Sra. Corrie! E pensar que, como a senhora disse, Ele lançou todos os nossos pecados no fundo do mar! 

– O senhor foi guarda em Ravensbruck? – A voz de Corrie falhou. – Lembro do senhor. O senhor se lembra de mim? – Sim – admitiu o homem. – Mas não me lembro direito. Havia tantas mulheres lá! Sei que Deus me perdoou por todas as coisas cruéis que pratiquei, mas eu gostaria de ouvi-lo de seus lábios. A senhora me perdoou também?

De repente, Corrie entendeu que não podia controlar o ódio, a amargura e raiva dentro do coração. Não conseguiria perdoar aquele homem. As lembranças pavorosas eram muito fortes. Por um tempo que lhe pareceu longo demais, ela lutou com seus sentimentos. As palavras de Mateus 6:15 lhe vieram à memória. "Se, porém, não perdoardes aos homens, tão pouco vosso Pai vos perdoará as vossas ofensas".

Amar aquele homem, seu inimigo? Perdoar-lhe? Como seria possível? "Jesus, ajuda-me", orou ela. "Posso estender minha mão. Isso eu posso fazer. Mas terás de me dar o impulso".

Mecanicamente, Corrie coloca a mão naquela que lhe estava estendida. Ao fazê-lo, algo incrível aconteceu. Conta ela: "Uma espécie de corrente elétrica pareceu passar de mim para ele, brotando de meu ombro e descendo pelo meu braço até ele, e, de meu coração, nasceu um amor tão grande por aquele homem, que quase me sufocou" (O Refúgio Secreto, p. 278). – Eu lhe perdoo, irmão! – exclamou ela. – De todo o meu coração, eu lhe perdoo.

Peça a Deus que lhe dê amor suficiente para perdoar a quem o magoou. Se você praticar os atos, Ele concederá o impulso e o sentimento.

(Dorothy Eaton Watts. In: Inspiração Juvenil 2012: amigo é pra essas coisas. Tatuí: CPB, 2012. Texto digitado por Reginaldo Santos e publicado no grupo Boas Novas).

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