Que tipo de brilho?


Pertenci, certa vez, a um grupo de escritores conhecido como The Ink [A Tinta]. Éramos doze pessoas de variadas ocupações na vida: repórter de jornal, professora, pregador, radioamador, enfermeira, esposa de agricultor, proprietária de lojinha de presentes, estudante universitário, etc. Também tínhamos personalidades diversas, com estilos múltiplos de escrita e seleção de temas. Considerei essa diversidade um processo educativo ao estabelecer meu estilo de redigir – sempre na área da não ficção. Embora não me relacionasse com todos os temas sobre os quais os membros do clube escreviam, muitas vezes achei aplicáveis aos meus escritos as críticas construtivas que faziam após cada leitura oral.

Uma senhora do grupo escrevia histórias e poemas “caseiros”, que eu apreciava. Percebi seu amor pelo marido idoso num poema intitulado “Meu Herói”. Ela escreveu sobre sua gratidão para com a bela criação de Deus. Era uma pessoa com senso de humor.

Ela e eu, frequentemente, fazíamos a edição dos textos uma para a outra, e desenvolvemos uma ligação mais próxima do que com os outros membros. Por fim, deixei o grupo devido à distância e à falta de tempo. Posteriormente, soube que minha amiga havia publicado um livro, Caro ao Coração. Parecia ser um bom livro, e fiz a encomenda. Quando ela recebeu o pedido da minha encomenda, ligou para mim. Depois de algumas conversas informais, ela passou ao propósito do telefonema. – Edith, não acho que você queira comprar meu livro – disse ela.

– Por que não? – perguntei, com surpresa.

Sua resposta foi: – Não é o tipo de livro que você leria.

Achei interessante o fato de ela ter observado minhas convicções morais e não ter desejado pôr em risco nossa amizade, ao permitir que eu lesse o seu romance. Aparentemente, ela havia sido seletiva quanto ao material que partilhara comigo em reuniões anteriores.

Agradeci-lhe por ter respeitado meus valores.

Essa experiência me provocou um pensamento solene. As pessoas estão sempre observando e avaliando quem encontram. São as minhas palavras e atos um retrato verdadeiro das minhas crenças e do meu caráter?

Edith Fitch

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