A Amiga de Cristiano


Eu me fazia de olhos para o cego e de pés para o coxo. 29:15

Cristiano sofria de paralisia cerebral por causa de um problema que tivera ao nascer. Com cinco anos de idade, ainda era indefeso como um recém-nascido. Seus braços e dedos torcidos mexiam-se constantemente, esticando-se todo o tempo numa ou noutra direção. Sua cabeça pendia para os lados. Ele babava. Era um garotinho torto e de aparência esquisita.


Aos sete anos, aprendeu a segurar um lápis com os dedos de seu pé esquerdo, e escrevia palavras. Gostava de deitar-se no chão e pintar quadros com o pincel preso em seu pé esquerdo.

Então chegou o dia em que sua mãe e companheira constante foi levada para o hospital. Cristiano, com 11 anos de idade, ficou o dia inteiro deitado no sofá, sem vontade de escrever ou pintar. Sentia-se muito só.

O pai dele foi abrir a porta, pois alguém havia batido, e lá estava uma graciosa adolescente, Katy Delahunt.

– Vim visitar o Cristiano – disse ela.

– Oi, Cristiano! – começou Katy. – Sua mãe me falou a seu respeito.

Cristiano deu um grunhido, e ela sentou-se ao seu lado no sofá.

– Eu quis conhecê-lo – continuou Katy. – Sua mãe está preocupada com você. Ela me contou como você pinta quadros com o pé esquerdo. Achei que talvez você quisesse escrever um bilhetinho para sua mãe. Ela ficaria muito feliz.

Cristiano balançou a cabeça e sorriu. Seu pai o ergueu e, segurando o lápis entre os artelhos, Cristiano escreveu: “Querida mãe, não se preocupe. Tudo OK. Bastante comida. Fique boa logo. Cristiano.”

Depois disso, Katy visitou Cristiano com frequência. Trouxe-lhe pincéis, tintas e livros de desenho, bem como notícias boas acerca de sua mãe. Conversou com ele e observou-o enquanto trabalhava. Ajudou-o a entrar num concurso de desenhos, do qual foi o vencedor. Katy se tornou braços e pernas para Cristiano, o seu elo com o mundo exterior. Incentivava-o.

“Ela foi amiga e uma grande inspiração para mim durante as lutas e os anos que ainda estavam pela frente”, escreveu Cristiano.


Escolhendo Amigos

À semelhança de Katy, podemos escolher ser amigos de alguém que não pode fazer nada por nós como retribuição. Conhece você alguém para quem poderia ser os olhos ou as pernas?


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