“Aprender sem pensar
é tempo perdido.” Confúcio
Vigiai e orai, para
que não entreis em tentação; o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é
fraca. (Mateus 26.41)
Eu, porém, vos digo:
qualquer que olhar para uma mulher com intenção impura, no coração, já
adulterou com ela. (Mateus 5.28)
Decorrido um ano, no
tempo em que os reis costumam sair para a guerra, enviou Davi a Joabe, e seus servos, com
ele, e a todo o Israel, que destruíram os filhos de Amom e sitiaram Rabá; porém Davi ficou em
Jerusalém. Uma tarde, levantou-se Davi do seu leito e andava passeando no
terraço da casa real; daí viu uma mulher que estava tomando banho; era ela mui
formosa. Davi mandou perguntar quem era. Disseram-lhe: É Bate-Seba, filha de Eliã e mulher de Urias, o
heteu.
Então, enviou Davi
mensageiros que a trouxessem; ela veio, e ele se deitou com ela. Tendo-se
purificado da sua imundícia, voltou para a sua casa. A mulher concebeu e mandou
dizer a Davi: Estou grávida. (2Samuel 11.1-5)
De uns tempos para cá
Deus tem falado ao meu coração para eu não perder o senso de radicalidade do Evangelho. Isso
porque ser cristão é ser radical.
Se alguém pensa que
esse papo de radicalidade é coisa para
adolescentes e jovens, sugiro a você ler o Sermão da Montanha, em Mateus
capítulos 5 a 7 e ver por si o que estou falando. Sabe por que eu digo que ser
cristão é ser radical? Porque foi o próprio Jesus quem disse. Ser cristão é ser
“estreito”: “Porque estreita é a porta e apertado o caminho…”. Você conhece a
história.
Ser cristão é ser
radical porque Jesus também disse:
Portanto, se o teu
olho direito te escandalizar, arranca-o e atira-o para longe de ti, pois te é
melhor que se perca um dos teus membros do que seja todo o teu corpo lançado no
inferno. E, se a tua mão direita te escandalizar, corta-a e atira-a para longe
de ti, pois é melhor que se perca um dos teus membros do que seja todo o teu
corpo lançado no inferno. (Mateus 5.29.30)
Ele ainda disse que
somos a luz do mundo. Assim, não há outra opção; se você é luz, você é oposição
às trevas.
Se, portanto, a luz
que há em ti forem trevas, que grandes trevas serão! (Mateus 6.23)
A luz se opõe às
trevas. Compactuar com as trevas, portanto, é afirmar não ter comunhão com a
luz. E você sabe muito bem o que isso implica.
Não há como
caminharem juntos dois que não estiverem de acordo:
Por acaso andarão
duas pessoas juntas, se não estiverem de acordo? (Oseias 3.3)
E se você é salvo,
você deve salvar os perdidos. Jesus disse a Pedro que quando se convertesse,
confirmasse ou testemunhasse aos irmãos (Lucas 22.32). Pedro andava com Jesus
há cerca de três anos e precisou ouvir uma advertência dessas! Isso é a radicalidade do evangelho.
A nossa maneira de
falar também deve ser afetada positivamente pela radicalidade do evangelho. Fale de acordo com a verdade: Se for
“sim”, diga “sim”. Se for “não”, diga “não”. O que passar disso é de
procedência maligna.
Há muitas outras
porções nas quais vemos a radicalidade do evangelho. E essas outras porções dão conta de cada
aspecto de nossas vidas. Veja por exemplo o mandamento de Jesus: “Ame os
inimigos”. Amar gente boa que mesmo assim é chata, é difícil. Há pessoas do
nosso convívio que, apesar de não serem inimigas, são pessoas difíceis de
lidar. A gente diz que eles são chatos; ou que são “malas”. São pessoas
difíceis de convivermos com elas.
Mas Jesus não disse
para amar os chatos, os implicantes ou os insuportáveis. Ele disse para amarmos
os inimigos!
Eu, porém, vos digo:
Amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem. (Mateus 5.44)
Já pensou?
Constantemente nos esquecemos de orar pelos amigos, por aquelas pessoas das
quais gostamos muito. Agora, imagine lembrar-se de orar pelos inimigos! E não
somente lembrar, mas orar de fato, interceder por ele, colocar-se na brecha dos
problemas que o nosso inimigo criou e pedir ao Senhor que resolva esses
problemas, isso tudo antes de fazer isso por nós mesmos! (orar de coração pelo
inimigo) Isso é bastante radical. É andar na contramão do sistema. E é assim
que o evangelho mostra a sua radicalidade.
Você não deve orar
pedindo: “Senhor, abençoa aquele desgraçado”. É complicado, mas Jesus disse:
“Ore pelos seus inimigos”.
Vejamos mais.
Eu, porém, vos digo
que todo aquele que se irar contra seu irmão será passível de julgamento; quem
o chamar de insensato, será réu diante do tribunal; e quem o chamar de tolo,
será réu do fogo do inferno. (Mateus 5.22)
Que radicalidade. Hoje em dia poucas
pessoas prestam atenção ao que falam. Há irmãos e irmãs cujo vocabulário é
bastante parecido com as pessoas que não são discípulos de Jesus. Há pessoas na
igreja que soltam palavrões de vez em quando, porque não estão preocupadas com
o que sai de suas bocas. Mas Jesus não disse que era para afrouxar o cuidado
com a fala. Aliás, ele apertou bem o parafuso neste ponto. Imagine você chamar
uma pessoa de idiota, tolo, estúpido: “réu do inferno”. É radical? Sim, esse é
o evangelho de Jesus.
Ouvistes que foi
dito: Não adulterarás. Eu, porém, vos digo que todo aquele que olhar com desejo
para uma mulher já cometeu adultério com ela no coração. (Mateus 5.27,28)
Muito bem. Creio que
até aqui você já pode entender o que eu quero dizer por radicalidade. Evidentemente você
já sabia isso e conhecia todos esses versículos, mas eu os coloquei aqui,
dispostos, a título de introdução.
E por que eu fiz essa
introdução? Porque o que eu vou tratar nesta reflexão tem a ver com a radicalidade do evangelho. O
evangelho pode virar a cabeça de qualquer um. Se estiver desorientado, o
evangelho pode alinhar, aprumar a vida de quem quer que seja.
Se o camarada
estiver indo para o inferno, o evangelho muda radicalmente o rumo dessa vida e
o coloca no sentido do céu. As nossas igrejas estão cheias de gente com
testemunhos assim, de terem sido reorientadas.
Portanto, até mesmo
os nossos erros são convertidos em histórias de sucesso quando aplicamos o
evangelho a nossas vidas. Mas não podemos aprender somente com os nossos erros,
com as nossas próprias experiências. Também podemos aprender com os erros dos outros.
Ninguém erra sozinho, não é mesmo?
Pessoas inteligentes
erram para aprender. Elas tentam algo e se erram na sua execução, irão aprender
com os erros e irão melhorar da próxima vez.
Mas há pessoas mais
que inteligentes; elas são sábias, e essas pessoas irão tomar emprestados os
erros de Davi, por exemplo, para não errar em suas próprias vidas. Pessoas
sábias aprendem com os erros dos outros.
Desse modo, quero dar
uma olhada nos erros que Davi cometeu, nos erros de Bate-Seba, nos erros de Urias,
nos erros de Joabe e ver o que podemos
aprender com eles afim de não cometer os mesmos erros e cometer os mesmos
pecados.
Partiremos dos
versículos apresentados no início desta Introdução, uma história bem conhecida.
Ela nos dará o eixo em torno do qual iremos trabalhar. Fiz questão de colocar
antes outros dois textos que emolduram a história e neles Jesus nos fala sobre
qual é o alvo do cristão. Jesus fala de santidade, outro assunto com a devida radicalidade.
Espero e oro para que
cada um de vocês, leitores, possa aprender com os erros desses personagens e,
com isso, habituarem-se a observar os erros das pessoas que integram as
histórias de nossas vidas, não com espírito pobre para criticarem, mas com
coração sábio, para aprenderem.
Pr. Josué Gonçalves
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