Um Amigo no Ônibus

Em vindo a soberba, sobrevém a desonra, mas com os humildes está a sabedoria. Provérbios 11:2

Beto embarcou no ônibus com o
precioso pacote embaixo do braço. Tinha acabado de retirá-lo do correio. Era um presente do tio Marcos. Ali perto, estava sentado Mateus, olhando pela janela. “Eu deveria ir lá desejar-lhe Feliz Natal”, pensou Beto. Mas fechou a cara diante da
ideia. Não se sentia à vontade na presença de Mateus. Evitava-o na escola. Não queria ser conhecido como amigo de uma criança considerada “retardada”.



Beto lembrou-se do dia em que Mateus havia aparecido na biblioteca com um artigo sobre foguetes. Havia pedido que ele o lesse, e Beto quis morrer. Leu, mas ficou o tempo todo olhando ao redor para ver se alguém os estava observando.

Agora ali estava ele, Mateus, o menino “retardado”. “Por que me preocupar?”, pensou Beto consigo mesmo. E desceu no seu ponto de parada sem falar com Mateus.

Já em casa, percebeu que não tinha trazido seu presente do tio Marcos. “Ai, não!” pensou ele. “Deixei o pacote no ônibus! Agora se foi para sempre!”

Na manhã seguinte, o telefone tocou. Era uma vizinha da mesma rua.

– Está aqui um menino procurando por você, Beto. O nome dele é Mateus. Diz que tem um pacote que pertence a você. Vou levá-lo aí de carro, se você quiser.

– Sim – respondeu Beto com voz baixa. – Muito obrigado.

Todo sorridente, Mateus chegou momentos depois.

– Você deixou isso no ônibus – disse ele. – Estava embaixo do banco. Hoje de manhã vim com o ônibus até à parada onde você desceu ontem, e comecei a bater em todas as portas, perguntando se alguém o conhecia. Que bom que encontrei você! Com certeza, sentiu falta do seu pacote!

Beto ficou com vergonha de si mesmo, querendo desculpar-se, mas sem saber o que dizer.

– Muito obrigado, Mateus – balbuciou ele. – Você pode ficar aqui mais um pouco?

– Preciso ir. A pessoa que me trouxe de carona está esperando – disse Mateus. Virou-se e deu um sorriso luminoso para Beto. – Vejo você por aí!

De repente, Beto sentiu-se orgulhoso por ter Mateus como amigo.


Escolhendo Amigos

O Q.I. de uma pessoa não é a medida justa de seu valor como amiga.



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