Pela recordação que
guardo de tua fé sem fingimento, a mesma que, primeiramente, habitou em tua avó
Loide. 2 Timóteo 1:5
O fogo crepitava alegremente no
fogão à lenha. O círculo de luz de um lampião de
querosene caía suavemente sobre as mãos enrugadas de Vovó Brown, que na sua
espreguiçadeira fazia um tapete de retalhos.
Naquele dia, Cindy, de dez anos de idade, havia ajudado
a cortar tiras de dois centímetros de largura de seus vestidos velhos, as quais
vovó emendava e enrolava em grandes bolas. Alguns vestidos velhos de vovó
também se encontravam na pilha de retalhos que estavam sendo reciclados para
virar um tapete oval.
Sentindo o cheiro de fumaça de lenha, chá de hortelã,
rosquinhas de canela e óleo de eucalipto, uma mistura única de aromas, Cindy
sentia-se vivendo nos dias dos pioneiros. Sua avó era mesmo antiga! Lembrava-se
da Guerra Civil Americana e da morte de Abraão Lincoln. Contava histórias da
colonização e de incursões dos índios. A Vovó Brown era de outro século, quando
as mulheres usavam chapéus de proteção contra o sol e as crianças escreviam em
lousas nas escolas de uma sala só, na zona rural.
– Conte-me sobre seu tempo de menina – pediu Cindy
afinal. – Conte-me sobre os velhos tempos.
– Foram tempos difíceis – começou a vovó.
Cindy apoiou a cabeça contra o veludo da velha cadeira.
Fechou os olhos e imaginou o que deveria ter sido viajar de carreta de bois…
precaver-se contra animais selvagens no mato… caminhar nove quilômetros numa
trilha até à escola… levar comida para seu pai que trabalhava nas minas de
carvão.
Cindy gostava de visitar a Vovó Brown. Isso a fazia
sentir-se parte de uma família com profundas raízes. Sentia-se ligada ao
passado. Era gostosa a sensação de pertencer a um grupo.
Mas não era essa a única razão por que Cindy gostava de
visitar a Vovó Brown. Havia outras coisas, como ter alguém com bastante tempo
para ouvir, alguém que a fazia sentir-se especial, alguém que não cobrava a
arrumação do quarto ou o preparo da lição de casa, alguém que nunca julgava. A
Vovó Brown tinha muito amor, muita paciência, compreensão, fé e paz.
“Algum dia eu gostaria de ser como a vovó”, pensou
Cindy.
Escolhendo Amigos
Você já descobriu como seus avós são especiais?
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