Operários nas árvores


Acautelai-vos por vós mesmos, para que nunca vos suceda que o vosso coração fique sobrecarregado com as [...] preocupações deste mundo, e para que aquele dia não venha sobre vós repentinamente, como um laço. Lucas 21:34

Era um dia de verão, quente e úmido demais. Meu filho mais velho, de 6 anos na época, estava passando o fim de semana com o pai. Divorciada, com a guarda do meu filho, eu era a típica mãe sozinha, ocupada, e era bom ter tempo para mim mesma. Fiquei à vontade, li um livro por aproximadamente uma hora enquanto ouvia música, e depois comecei a limpar o apartamento. Após algum tempo, senti que o calor e a umidade se haviam tornado insuportáveis. O condicionador de ar não estava funcionando adequadamente. Para me sentir mais confortável, tirei os shorts e a blusa e, escassamente vestida, continuei a limpeza.

Enquanto tirava o pó, ouvia música, parando de vez em quando para admirar as lindas árvores próximas à minha sacada. Estavam sobrecarregadas de flores, uma imagem espetacular! Embora as persianas estivessem quase todas abertas, ninguém poderia ver meu apartamento no terceiro andar a partir do chão ou dos apartamentos do outro lado, e assim não havia o perigo de eu ser vista. Fiquei ali de novo, apreciando as árvores floridas, antes de recolher a roupa para dobrá-la. Com a tarefa concluída, bebi um pouco de água fria, lentamente, enquanto admirava mais uma vez as árvores.

De repente, eu os vi: dois homens estavam nas árvores a poucos metros da minha janela, cortando galhos. Abaixei-me, fiquei de joelhos e me arrastei para o quarto, com medo de que tivessem me visto e ainda pudessem ver. Os homens estavam ocupados no trabalho, sem expressões maliciosas ou risadas indicativas de que me houvessem observado. Fiquei aliviada!

Durante muitos anos, em retrospecto, a situação toda parecia bastante engraçada. Porém agora, mais velha e com a mente mais espiritual, perseguem-me solenes pensamentos de ter Satanás à minha porta ou janela, ativamente ocupado com a minha vida, pois – quer a vida esteja despreocupada, quer cheia de atividades – aquilo que visto nunca será o traje correto para suas sutis abordagens. Devo, portanto, estar mais atenta, sempre vigilante e sempre vestida com a justiça de Cristo, para não me expor ao mundo como alguém que não está preparada para o Céu. Senhor, ajuda-me, é a minha oração.

(Íris L. Kitching in Meditação da Mulher)

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