“Você Está Livre!”


Este é o ano de Deus agir. Lucas 4:19

Segundo o plano divinamente inspirado, mas distinto, cada um dos escritores dos Evangelhos se concentra num incidente diferente no início do ministério de Jesus. Tal incidente estabelece o tom da ênfase que o evangelista desenvolverá em seu relato.

Assim, Mateus começa o relato do ministério de Cristo com o Sermão do Monte, lembrando-nos de Moisés no Monte Sinai. Nesse Evangelho, desenvolvido a partir de cinco discursos de Jesus que também ecoam os cinco livros do Pentateuco, Cristo emerge como o grande mestre, o rei que supera Moisés ao afirmar: “Vocês ouviram o que foi dito [...]. Mas Eu lhes digo [...]” (Mt 5:21-44).


Marcos, por outro lado, inicia seu relato do ministério de Cristo com a cura do homem possesso de espírito imundo na sinagoga durante a reunião de sábado (Mc 1:21-28). As ações de Jesus são poderosas e comoventes, deixando os espectadores maravilhados. Tal descrição de Jesus reaparece ao longo do Evangelho de Marcos. Jesus aqui é acima de tudo o Homem de ação decisiva que evoca surpresa e admiração em todos os aspectos.

O início do Evangelho de João apresenta ainda uma ênfase diferente. Encontramos Jesus conversando não com uma multidão, como em Mateus, mas pessoalmente, um a um, com Seus primeiros discípulos, e especialmente com Natanael (Jo 1:35-51). Esse padrão persiste ao longo de toda a apresentação de João ao construir seu Evangelho com base nos encontros de Jesus com uma série de indivíduos totalmente diferentes entre si: Sua mãe, o fariseu Nicodemos, a mulher junto ao poço, os nobres, o homem junto ao tanque de Betesda e assim por diante.

E quanto a Lucas? Assim como Marcos, Lucas seleciona um incidente que ocorreu na sinagoga na manhã de sábado, mas em Nazaré em vez de Cafarnaum. Em vez de um milagre, Jesus lê as Escrituras e faz comentários que enfurecem o povo em vez de maravilhá-lo (Lc 4:16-30).

A passagem escolhida por Jesus é Isaías 61:1, 2, em que o profeta predisse Aquele que, ungido pelo Espírito de Deus, proclamaria as boas-novas aos pobres, liberdade aos prisioneiros e restauraria a vista aos cegos. Ele, o Messias, anunciaria: “Este é o ano de Deus agir.”

O povo de Nazaré não valorizou Jesus. Eles O conheciam, não achavam que Ele fosse o Messias! Mas Ele era. E Sua mensagem ainda ecoa pelo mundo: “Este é o ano de Deus agir. Você está livre!” Hoje, diga a alguém: “Você está livre!”


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